Mad World não é apenas violento. É tremendamente doentio, sanguinário e politicamente incorreto — contendo ainda uma boa dose de humor negro. Dados essas características, é até compreensível que o jogo esteja previamente banido ou em vias de banimento em vários países.
Ou melhor, seria compreensível, não fossem duas observações. Primeiro, desde os primeiros vislumbres do jogo, ficou bem claro que será um título para maiores, ostentando o devido selo para 18 anos. Em segundo lugar, a violência de MadWorld é tão exagerada, tão caricata que acaba passando uma idéia muito mais Tom e Jerry (ou, em uma comparação mais apropriada, Comichão e Coçadinha) do que de uma violência mais tradicional.
Trata-se, resumidamente, de um estilo rococó sangrento, e provavelmente seria difícil que alguém simplesmente saísse por aí empalando os amigos para imitar o icônico Jack e ganhar algumas centenas de pontos.
Considerações moralistas à parte, vale dizer que sim, MadWorld continua sendo uma grande promessa, não apenas para o Wii (marcando uma era mais adulta para o console) quanto para a indústria de games de forma geral. Olhando para o excelente trabalho artístico que tem sido feito nos ambientes e nos movimentos, na variedade dos locais “familiares” que são visitados pelo protagonista durante o espetáculo e, finalmente, nas quase infindáveis formas de se triturar inimigos incautos, é razoável pensar que a nova empreitada da SEGA pode mesmo vingar.
Bate o ponto. Mata, trucida, empala. Bate o ponto
Varrigan City é uma imensa colcha de retalhos étnica isolada na qual um grupo terrorista conhecido como “The Organizers” toca as rédeas de um show sangrento que parece pautado por uma nova e improvável mídia de entretenimento — com raízes nítidas em um antigo filme protagonizado por Arnold Schwarzenegger, “The Running Man”. “Death Watch”, como foi chamado, obriga moradores da cidade a combateram inimigos misteriosos pela bagatela de 100 milhões de dólares. Você controlará Jack, um dos proeminentes astros do show.
E para por aí. Essa é toda a história que você precisa (ou vai querer) saber de MadWorld. No mais, basta atravessar os vários cenários “noir” do jogo, matando tudo o que se mexer da forma mais sanguinária e ostensiva possível. Para quê tudo isso? Bem, em última análise, para acumular centenas de milhares de pontos. E precisa mais?
Não basta matar. Tem que ter estilo
Para tanto, Jack terá a mão (no lugar da mão, a bem da verdade) uma motosserra e também uma imensa criatividade para utilizá-la. Mas, é claro, não para por aí. Toda Varrigan City é na realidade uma imensa arma em potencial, com placas de sinalização que podem atravessar pescoços, prensas que podem acabar preenchidas por algum inimigo infeliz.
Quer mais? Bom, que tal então encadear vários desses movimentos doentios em um único, espalhafatoso e sanguinário combo? Exatamente, a fim proporcionar aos telespectadores e também a “bem humorada” dupla de comentaristas do show (John DiMaggio, Futurama, e o comediante Greg Proops) um verdadeiro banho de sangue, Jack pode juntar várias ações de contexto de uma vez só.
Quer dizer, para quê apenas matar quando se pode imobilizar um oponente com um pneu, enterrá-lo em um latão de gasolina, atear fogo e, para o “gran finale”, cortá-lo ao meio com a imensa tampa de um latão de lixo? Esse é o espírito de MadWorld: propicie um show o mais violento e doentio possível; junto muito pontos durante o processo.
Vários outras estruturas dos cenários do jogo também podem acabar atiçando a sua criatividade. Na lista, coisas como painéis elétricos faiscantes, as pás cortantes de um gigantesco ventilador industrial e até mesmo um trem em alta velocidade. As possibilidades são muitas. O sangue dos oponentes (convenientemente destacados em pontos vermelhos no mapa) também.
Inimigos “bucha de canhão”
MadWorld não parece ser realmente um jogo fácil. Entretanto, verdade seja dita, a maioria dos inimigos que despontam na frente de Jack parece ter um único motivo de existência: servir de matéria prima para todas as potencialidades sangrentas do protagonista e também dos ambientes do jogo.
A I.A. (Inteligência Artificial), inicialmente simplista, acaba de fato favorecendo muito mais a criatividade na hora de matar do que algum tipo de esquema tático para vencer. Mas, tudo bem, afinal, trata-se de show de TV: o que importa é o espetáculo proporcionado ao público, que certamente dá o tom do desafio do jogo (além de garantir muitos pontos). Mas, não se engane, MadWorld deve trazer vários chefões que prometem ser verdadeiros flagelos.
Precisão com o Wii-remote? Essa é a idéia
Mesmo correndo o risco de fazer um julgamento precipitado, vale a pena mencionar que a desenvolvedora PlatinumGames parece mesmo estar muito próxima de conseguir o que poucas outras conseguiram: extrair um nível decente de precisão dos muitas vezes erráticos controles do Wii.
Todo a movimentação de Jack ficará a cargo do nunchuk. Os botões “A” e “B” vão disparar, respectivamente, socos e cortes com a motosserra, sendo que os movimentos especiais ficarão com a boa e velha “chacoalhada” do Wii-remote. O botão “A” também vai servir para disparar as ações de contexto, como segurar objetos e agarrar inimigos, que podem ser arremessados para o ar com um movimento rápido do Wii-remote.
Espancar os inimigos até que estes fiquem tontos ainda abre brecha para outro tipo de movimento: as finalizações. Pode-se então cortar as suas cabeças fora, serrá-los ao meio ou arrancar os seus corações para em seguida esmagá-los diante de uma platéia sedenta por sangue. Isso para mencionar apenas algumas das possibilidades. Tudo bem, a serra pode lembrar um pouco um certo protagonista (Marcus Fenix... alguém?). Mas, acredite, a violência do “hit” do Xbox 360 é apenas o estopim de MadWorld.
Todavia, vale aqui uma pequena observação em relação ao sistema de câmeras (ou, a pedra no sapato da maioria dos desenvolvedores). A ausência de um sistema de travamento de mira pode deixar alguns combates um tanto confusos, sobretudo aqueles com uma verdadeira profusão de inimigos. Nesses momentos, pode ser meio difícil identificar quem está sendo perfurado, socado, queimado, etc. Entretanto, nada que não possa ser corrigido.
Preto, branco, vermelho... e até um pouco de amarelo
MadWorld é um jogo de exageros e contrastes. Portanto, nada mais natural do que um visual contrastante. Para tanto, o jogo apresenta uma bela paleta contanto poucas cores, mais com designs e câmeras que acabam criando uma verdadeira apoteose visual que, se não é totalmente original, certamente foi muito bem colocada.
Quer dizer, Sin City trazia ambientes bastante semelhantes, mas ninguém era despedaçado e empalado. Para completar um efeito único, entram ainda em cena os já citados simulacros de bairros e cidades reais, como Tóquio e China Town — sem falar em um local que lembra muito o “velho oeste” americano.
A atmosfera hostil do jogo será também evidenciada por alguns dos melhores efeitos sonoros já produzidos para o Wii. Isso inclui uma miríade de sons de ambiente e também uma trilha sonora no melhor estilo Jet Set Radio (embora bem mais sombrio), com mixagem bastante eclética puxando para o hip-hop.
MadWorld é diferente, violento e certamente chocante. A receita perfeita para sofrer na mão dos moralistas e socialmente engajados. Foi assim como Mortal Kombat. É assim com GTA. Provavelmente não vai mudar. Talvez seja o background que coloca os holofotes em um jogo do estilo — como um carimbo de autenticidade.
Mas não é só isso. O título trata de um estilo há muito esperado pelos nintendistas, que por um bom tempo tem amargado títulos nada expressivos quando o foco é o público mais maduro. Quer dizer, será que MadWorld simplesmente sintetiza em um único título todo o sangue e violência acumulados em anos de Nintendo Wii? Seja essa a verdade ou não, fato é que o título promete ser um dos grandes desse ano.
Aguarde mais novidades sobre a violência gratuita da SEGA — bem como sobre a maioridade do alcunhado “console familiar” da Nintendo — aqui no Baixaki Jogos. See ya!
Ou melhor, seria compreensível, não fossem duas observações. Primeiro, desde os primeiros vislumbres do jogo, ficou bem claro que será um título para maiores, ostentando o devido selo para 18 anos. Em segundo lugar, a violência de MadWorld é tão exagerada, tão caricata que acaba passando uma idéia muito mais Tom e Jerry (ou, em uma comparação mais apropriada, Comichão e Coçadinha) do que de uma violência mais tradicional.
Trata-se, resumidamente, de um estilo rococó sangrento, e provavelmente seria difícil que alguém simplesmente saísse por aí empalando os amigos para imitar o icônico Jack e ganhar algumas centenas de pontos.
Considerações moralistas à parte, vale dizer que sim, MadWorld continua sendo uma grande promessa, não apenas para o Wii (marcando uma era mais adulta para o console) quanto para a indústria de games de forma geral. Olhando para o excelente trabalho artístico que tem sido feito nos ambientes e nos movimentos, na variedade dos locais “familiares” que são visitados pelo protagonista durante o espetáculo e, finalmente, nas quase infindáveis formas de se triturar inimigos incautos, é razoável pensar que a nova empreitada da SEGA pode mesmo vingar.
Bate o ponto. Mata, trucida, empala. Bate o ponto
Varrigan City é uma imensa colcha de retalhos étnica isolada na qual um grupo terrorista conhecido como “The Organizers” toca as rédeas de um show sangrento que parece pautado por uma nova e improvável mídia de entretenimento — com raízes nítidas em um antigo filme protagonizado por Arnold Schwarzenegger, “The Running Man”. “Death Watch”, como foi chamado, obriga moradores da cidade a combateram inimigos misteriosos pela bagatela de 100 milhões de dólares. Você controlará Jack, um dos proeminentes astros do show.
E para por aí. Essa é toda a história que você precisa (ou vai querer) saber de MadWorld. No mais, basta atravessar os vários cenários “noir” do jogo, matando tudo o que se mexer da forma mais sanguinária e ostensiva possível. Para quê tudo isso? Bem, em última análise, para acumular centenas de milhares de pontos. E precisa mais?
Não basta matar. Tem que ter estilo
Para tanto, Jack terá a mão (no lugar da mão, a bem da verdade) uma motosserra e também uma imensa criatividade para utilizá-la. Mas, é claro, não para por aí. Toda Varrigan City é na realidade uma imensa arma em potencial, com placas de sinalização que podem atravessar pescoços, prensas que podem acabar preenchidas por algum inimigo infeliz.
Quer mais? Bom, que tal então encadear vários desses movimentos doentios em um único, espalhafatoso e sanguinário combo? Exatamente, a fim proporcionar aos telespectadores e também a “bem humorada” dupla de comentaristas do show (John DiMaggio, Futurama, e o comediante Greg Proops) um verdadeiro banho de sangue, Jack pode juntar várias ações de contexto de uma vez só.
Quer dizer, para quê apenas matar quando se pode imobilizar um oponente com um pneu, enterrá-lo em um latão de gasolina, atear fogo e, para o “gran finale”, cortá-lo ao meio com a imensa tampa de um latão de lixo? Esse é o espírito de MadWorld: propicie um show o mais violento e doentio possível; junto muito pontos durante o processo.
Vários outras estruturas dos cenários do jogo também podem acabar atiçando a sua criatividade. Na lista, coisas como painéis elétricos faiscantes, as pás cortantes de um gigantesco ventilador industrial e até mesmo um trem em alta velocidade. As possibilidades são muitas. O sangue dos oponentes (convenientemente destacados em pontos vermelhos no mapa) também.
Inimigos “bucha de canhão”
MadWorld não parece ser realmente um jogo fácil. Entretanto, verdade seja dita, a maioria dos inimigos que despontam na frente de Jack parece ter um único motivo de existência: servir de matéria prima para todas as potencialidades sangrentas do protagonista e também dos ambientes do jogo.
A I.A. (Inteligência Artificial), inicialmente simplista, acaba de fato favorecendo muito mais a criatividade na hora de matar do que algum tipo de esquema tático para vencer. Mas, tudo bem, afinal, trata-se de show de TV: o que importa é o espetáculo proporcionado ao público, que certamente dá o tom do desafio do jogo (além de garantir muitos pontos). Mas, não se engane, MadWorld deve trazer vários chefões que prometem ser verdadeiros flagelos.
Precisão com o Wii-remote? Essa é a idéia
Mesmo correndo o risco de fazer um julgamento precipitado, vale a pena mencionar que a desenvolvedora PlatinumGames parece mesmo estar muito próxima de conseguir o que poucas outras conseguiram: extrair um nível decente de precisão dos muitas vezes erráticos controles do Wii.
Todo a movimentação de Jack ficará a cargo do nunchuk. Os botões “A” e “B” vão disparar, respectivamente, socos e cortes com a motosserra, sendo que os movimentos especiais ficarão com a boa e velha “chacoalhada” do Wii-remote. O botão “A” também vai servir para disparar as ações de contexto, como segurar objetos e agarrar inimigos, que podem ser arremessados para o ar com um movimento rápido do Wii-remote.
Espancar os inimigos até que estes fiquem tontos ainda abre brecha para outro tipo de movimento: as finalizações. Pode-se então cortar as suas cabeças fora, serrá-los ao meio ou arrancar os seus corações para em seguida esmagá-los diante de uma platéia sedenta por sangue. Isso para mencionar apenas algumas das possibilidades. Tudo bem, a serra pode lembrar um pouco um certo protagonista (Marcus Fenix... alguém?). Mas, acredite, a violência do “hit” do Xbox 360 é apenas o estopim de MadWorld.
Todavia, vale aqui uma pequena observação em relação ao sistema de câmeras (ou, a pedra no sapato da maioria dos desenvolvedores). A ausência de um sistema de travamento de mira pode deixar alguns combates um tanto confusos, sobretudo aqueles com uma verdadeira profusão de inimigos. Nesses momentos, pode ser meio difícil identificar quem está sendo perfurado, socado, queimado, etc. Entretanto, nada que não possa ser corrigido.
Preto, branco, vermelho... e até um pouco de amarelo
MadWorld é um jogo de exageros e contrastes. Portanto, nada mais natural do que um visual contrastante. Para tanto, o jogo apresenta uma bela paleta contanto poucas cores, mais com designs e câmeras que acabam criando uma verdadeira apoteose visual que, se não é totalmente original, certamente foi muito bem colocada.
Quer dizer, Sin City trazia ambientes bastante semelhantes, mas ninguém era despedaçado e empalado. Para completar um efeito único, entram ainda em cena os já citados simulacros de bairros e cidades reais, como Tóquio e China Town — sem falar em um local que lembra muito o “velho oeste” americano.
A atmosfera hostil do jogo será também evidenciada por alguns dos melhores efeitos sonoros já produzidos para o Wii. Isso inclui uma miríade de sons de ambiente e também uma trilha sonora no melhor estilo Jet Set Radio (embora bem mais sombrio), com mixagem bastante eclética puxando para o hip-hop.
MadWorld é diferente, violento e certamente chocante. A receita perfeita para sofrer na mão dos moralistas e socialmente engajados. Foi assim como Mortal Kombat. É assim com GTA. Provavelmente não vai mudar. Talvez seja o background que coloca os holofotes em um jogo do estilo — como um carimbo de autenticidade.
Mas não é só isso. O título trata de um estilo há muito esperado pelos nintendistas, que por um bom tempo tem amargado títulos nada expressivos quando o foco é o público mais maduro. Quer dizer, será que MadWorld simplesmente sintetiza em um único título todo o sangue e violência acumulados em anos de Nintendo Wii? Seja essa a verdade ou não, fato é que o título promete ser um dos grandes desse ano.
Aguarde mais novidades sobre a violência gratuita da SEGA — bem como sobre a maioridade do alcunhado “console familiar” da Nintendo — aqui no Baixaki Jogos. See ya!
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